terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O amor ao próximo

Vi uma reportagem que falava sobre como o ser humano se preocupa com os animais e muitas vezes não se preocupa com os outros seres humanos.
É bem verdade que existem várias ONGs que tem como objetivo a proteção dos animais e do meio ambiente. De vez em quando, passa na televisão salvamento de baleias encalhadas e a prisão de pessoas acusadas de venderem animais silvestres.
Tudo isso é muito interessante e bonito.
A reportagem também falava sobre como é difícil conseguir a liberação ambiental de uma grande obra que pode trazer problemas ambientais, pois a legislação é rígida. Ao menos na teoria.
Tudo isso é muito interessante e bonito...
Mas, quando se trata do ser humano, será que a preocupação é a mesma?
Apesar de existirem algumas entidades que defendem os direitos humanos, percebe-se que em geral as pessoas se preocupam mais com animais do que com o próximo. Claro que existem pessoas que se preocupam com outras pessoas, mas o que se vê por aí é uma preocupação maior com o meio ambiente.
E, mesmo assim, essa preocupação com o meio ambiente ainda parece ser insuficiente. Basta ver as constantes tragédias ambientais e as extinções de animais.
Acredito que o ser humano deve se preocupar com as questões ambientais e com os animais, mas deve se preocupar com mais afinco ainda com o próprio ser humano, especialmente as pessoas que mais precisam de ajuda.
Ame ao próximo como a ti mesmo”. Como é difícil cumprir esse mandamento...


Faça uma criança, plante uma semente, escreva um livro e que ele ensine algo de bom”. Trecho da música “Mais que um mero poema”, da banda Rosa de Saron.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Vamos fazer um filme?

 Dois homens estavam num bar, conversando tranquilamente. De repente, surge um motoqueiro com o capacete na cabeça e dispara dois tiros num dos homens e foge apressadamente. O homem baleado fica agonizando, tentando respirar, enquanto o outro homem sai correndo, pois aparentemente tinha medo que o motoqueiro voltasse ou que a polícia chegasse.
Havia apenas dois clientes e dois atendentes no bar, mas nenhum deles esboçou qualquer ajuda ao homem baleado. Ao contrário, imediatamente pegaram seus celulares e começaram a gravar um vídeo. Um deles ainda perguntou se alguém tinha chamado a ambulância, enquanto outro disse que era pra esperar mais um pouquinho.
Três minutos depois, o homem jazia morto na cadeira do bar e o vídeo já estava sendo visto por milhares de pessoas por meio de aplicativos de celular, antes mesmo de a polícia e o socorro chegarem.
As pessoas viam o vídeo e, depois do susto inicial, olhavam-no novamente e estranhamente um sorriso aparecia e algumas delas até debochavam.
O mesmo aconteceu com uma mulher que sofreu um acidente de moto, teve uma fratura exposta e acabou desmaiando. O homem que ocasionou o acidente abandonou o local e o sujeito que apareceu em seguida furtou o cordão de ouro que a mulher usava e desapareceu.
Outro homem parou no local, mas apenas filmou aquela cena triste e, quando se virou para ir embora, a mulher gritou, pedindo socorro, mas ele pegou novamente seu celular e filmou mais um pouco, enquanto a mulher gritava de dor e pedia ajuda.
Três outros carros passaram devagar por ali, apenas observando e seguiram seu caminho, até que outra mulher parou, olhou com a cara feia para o homem que filmava, e prestou socorro.
Um minuto depois, o vídeo era visto por centenas de pessoas por meio de aplicativos de celular e estranhamente muitas pessoas, ao contrário de se indignarem, sorriam, achando graça daquela situação.
O que se pode falar disso? Algumas coisas são difíceis de entender ou de explicar. Temos a impressão que só acontecem na ficção, até que elas nos pegam de surpresa, bem na nossa cara.


Vamos celebrar a estupidez humana. [...] Vamos celebrar a aberração de toda a nossa falta de bom senso.” Trechos da música Perfeição da banda Legião Urbana